Ida ao médico
Em tempos íamos ao centro de saúde que fico perto de casa. Era provisório, feito com contentores pré-fabricados. Mas era calmo, os profissionais eram atenciosos e conseguia-se consulta com relativa rapidez. Nunca mais de 1 mês de tempo espera - para serviço público, é rápido, não é?
Depois a médica de família reformou-se. Ficámos num impasse, à espera que se decidisse se ela continuava, mesmo reformada. Mas não continuou, nem foi substituída. E lá fomos mudados para outro centro de saúde, mais central, mais confuso.
Marquei a primeira consulta. Um mês de espera e, dias antes, telefonam-me a avisar que o médico não vai nessa tarde. Então e assume as consultas que não vai dar? Claro que sim, marca-se nova consulta para 1 mês e meio depois. Reclamei que isso não era assumir nada, mas do outro lado despacharam-me e disseram que ficava assim.
Finalmente lá vou à consulta. Pago e vou para a sala de espera. Há várias pessoas, todas em grande silêncio. Um velhote diz que levou o jornal para se entreter, portanto a espera deve ser normal. Passa-se o tempo e continuamos à espera. Até que o mesmo velhote diz que aquela médica é muito boa pessoa, mas nunca chega a horas.
Médica? Afinal aquelas pessoas esperavam uma médica e eu um médico - não era a mesma pessoa.
Vou ao atendimento e pergunto o que se passa com o meu médico de família. A senhora fica com ar de pânico, olha para o computador e diz-me que ele naquela tarde não ia. Só que ninguém avisou os utentes e ela não reparou quando me cobrou a consulta. Assumiu o erro, pediu muitas desculpas e devolveu o dinheiro. E perante as minhas reclamações, marcou consulta para o dia seguinte. Só não me devolveu as duas horas que perdi, nem o dinheiro do estacionamento (que foi quase tanto como a taxa moderadora da consulta).
Espero que à terceira seja de vez.