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Rooibos

Apenas um blog pessoal... mais um...

De férias

30.06.17

Estou prestes a ir de férias (e é sempre nestes dias que aparece mais trabalho para fazer).

Portanto, caso achem a minha falta, informo que durante os próximos dias estarei ausente daqui, porque também gosto de fazer férias do computador e da internet.

Até já!

Informação com emoção

29.06.17

Cheguei à conclusão que as pessoas não querem informação. Porque a informação dá-se de forma resumida, apontando os factos concretos. Mais nada. Mas as pessoas não querem esta informação: querem informação com emoção.

As pessoas não querem só saber que há um incêndio de grandes dimensões. As pessoas querem saber isto e querem sentir que estão lá. Por isso as pessoas ficam agarradas aos ecrãs vendo jornalistas a circularem no locais afectados pelos incêndios, vendo pessoas a chorarem e a gritarem pelo desespero de sentir as chamas muito perto, vendo árvores, casas e carros destruídos. Imagino a quantidade de pessoas que se agarrou a estas imagens e chorou como se estivesse lá.

As pessoas não querem saber que desapareceu uma criança. As pessoas querem saber isto e querem sentir que foram elas próprias que perderam a criança. Por isso ficam agarradas aos ecrãs vendo os pais da criança chorarem, entrevistados no quarto que era da criança e que permaneceu igual desde o dia em que esta desapareceu.

As pessoas não querem saber que um homem matou a mulher. As pessoas querem saber isto e querem sentir a dor de perderem aquela mulher e a revolta pelo agressor não ser devidamente condenado.

Hoje, para qualquer notícia se faz um directo, para se levar os espectadores até aos locais dos acontecimentos, mesmo que isso não traga nada de valor ao conteúdo da notícia. Mas está-se lá, no local.

Vieram-me estas ideias à cabeça e escrevi-as sem pensar muito. Estarei errado no que digo? Será por isso que os meios de comunicação (principalmente as televisões) exploram tantos as notícias hoje?

Partilhas

28.06.17

Quando andava na escola, era normal, no final dos períodos, ouvir dos adultos a pergunta "então e as notas, foram boas?". Acontecia quando os meus pais se encontravam com outros familiares ou amigos.

Eu evito fazer esta pergunta, pois sei que, se a criança tem dificuldades na escola e as notas são baixas, a pergunta é incómoda para ela, bem como para os pais. Sei-o porque tenho alguém próximo nesta situação.

No entanto, à semelhança desta outra pergunta, prevejo que também esta vá deixar de existir nas conversas. Ontem, pela primeira vez, vi alguém partilhar no Facebook as notas da filha, salientando o grande orgulho que tinha nela (tinha tido 5 a todas as disciplinas).

Não sei se entendo estas partilhas, até porque não conheço, nem estou ligado, à pessoa em questão (ela é "amiga" de um "amigo" na dita rede social). 

Eu também tinha boas notas, mas os meus pais sempre me ensinaram a não me pavonear em frente aos outros que não as conseguiam ter. Por isso não gostei da partilha. E espero que não se tornem habituais.

Pesadelo na cozinha ao vivo

26.06.17

Aviso já que não assisti a gravações do famoso programa de televisão, nem fui experimentar nenhum dos restaurantes contemplados, nem sequer tenho uma grande experiência para contar.

Apenas digo que, num dos cafés-restaurantes lá da "santa terrinha", no balcão frigorífico, havia dois recipientes de plástico com aqueles queijos apetitosos que servem de entrada e aos quais eu nunca resisto.

Os queijos de um dos recipientes tinha bolor. Uns tufos brancos, tipo algodão.

Mas não tenho nada a apontar, afinal não se pode dizer que não sejam honestos: aquilo que têm está à vista do cliente. Bem hajam!

As férias estão aí

23.06.17

Estava aqui a pensar e apercebi-me que deixei de ouvir a habitual pergunta "Então e para onde é que vais de férias?"

Deve ser um reflexo dos tempos, pois agora, antes que alguém faça a pergunta, já as fotografias das férias estão escarrapachadas nas redes sociais.

Ou então o problema é mesmo meu, que nunca tenho como resposta um destino de sonho ou uma praia longínqua e paradísiaca. Fico a imaginar que, quando eu digo "vou ali à praia de Carcavelos", as pessoas ficam a pensar "que gajo tão pouco interessante".

Pinturas de verão

22.06.17

Mas não foi em casa, foi aqui no blog.

Mantive a estrutura, mas mudei um bocadinho a aparência, para ter uma cor mais alegre.

Os textos é que pararam, que o cansaço da semana se está a acumular mais que o habitual. Temporariamente, estamos com uma rotina diária diferente lá em casa, e o corpo está-se a ressentir com a mudança do horário. A juntar a isto, o calor que se tem feito sentir (que felizmente agora está a diminuir) trouxe umas noites menos bem dormidas. Em resultado disto, esta semana tem sido mais difícil.

Ou então é mesmo a ressaca da semana que passou.

Coisas que me abalam o espírito #3

20.06.17

Hesitei em escrever o texto de ontem (tal como disse no próprio texto, logo no primeiro parágrafo).

Inevitavelmente, tudo o que tenho lido e ouvido (seja aqui, seja nas redes sociais, seja no mundo real...) gira à volta do incêndio do fim-de-semana. E a verdade é que já me cansei de ler e ouvir falar do assunto.

Critica-se quem fez, quem não fez, quem devia ter feito, quem está a fazer mas é só para se mostrar. Critica-se quem não ajudou, quem podia ter ajudado mais e quem devia ter ajudado mais. Critica-se quem critica e quem opina. Critica-se quem critica agora e não criticou no passado.

Cansei-me de ler isto tudo, porque é, de facto, "chover no molhado".

E afinal, também eu contribui para aquilo que hoje me deixa de espírito abalado: tanta palavra desperdiçada! Se calhar também eu me devia ter calado, ontem e hoje.

Para completar, fica ainda a sensação que este sentimento de cansaço me traz alguma culpa, como se eu não tivesse o direito de pôr de lado os acontecimentos. Será que tenho o dever de cidadania de não me desligar do assunto?

Coisas que me abalam o espírito #2

19.06.17

Ainda pensei em manter-me em silêncio hoje, pois são já demasiadas as palavras no ar sobre o incêndio deste fim-de-semana. Mas acabei por escrever, por achar que tenho que deitar cá para fora aquilo que me tem abalado o espírito, ainda que ache que também estou a "chover no molhado".

Passei o fim-de-semana meio desligado do mundo. Só no domingo, após o jantar, mudei a televisão para o noticiário das 8. Mas porque insisto eu em escolher este canal para ver notícias?

O habitual noticiário estava em modo de "emissão especial", e, aparentemente, conseguiram espremer o assunto para ocupar 1 hora e meia de emissão. Viria depois a perceber que o noticiário foi ainda prolongado por mais tempo, acabando por substituir a série que deveria ter sido transmitida (que, por sinal, até nem tem tido grande sucesso).

Vi apenas uns minutos deste "noticiário" (agora ponho entre aspas, que isto para mim não é um noticíário). Vi que os jornalistas tinham feito o seu trabalho habitual de meterem o nariz em tudo: quanto mais trágico, melhor. Para acompanharem as imagens, nada melhor que uma musiquinha triste de fundo, que é para puxar ainda mais ao sentimento.

Mas mais abalado fiquei quando a jornalista aponta para um vulto tapado por um lençol branco que se encontra no meio das árvores, numa zona delimitada por fitas da polícia, e diz que ali está o corpo de uma senhora que ainda ninguém veio recolher.

Recordei-me de quando esta mesma jornalista, há algum tempo, perdeu um familiar de forma trágica. Na altura, pediu-se respeito. E agora, já não se respeita a morte de outros?

Vale tudo para conseguir audiências? Parece que sim.

Hoje sou mais um a criticar esta conduta, ainda que não saiba de quem partiu a decisão de o fazer. Da própria jornalista? De quem manda nela?

Sou também crítico daqueles que, criticando este episódio, o fizeram partilhando a mesma imagem passada na televisão. E aqui incluo também um outro órgão de comunicação social (também muito conhecido por não ter as condutas mais próprias), que noticiou estas mesmas críticas.

Por último, sou crítico daqueles que continuam a dar audiências a estes "noticiários". Incluo-me a mim proprio nestas críticas, pois nem sequer devia ter mudado para aquele canal.

Em modo de segunda-feira

16.06.17

Eu sei que hoje é sexta-feira, mas eu estou em modo de segunda-feira.

O meu corpo precisa de mais do que um dia para se habituar aos dias de trabalho. Por isso, segunda-feira é sempre aquele dia difícil, em que o corpo ainda está a aquecer e a mente ainda não se consegue concentrar.

Esta semana, com dias alternados entre trabalho e feriados (porque também gozei o feriado do dia de Sto. António), não está a ser fácil, porque levo um dia a habituar-me ao modo de trabalho, para no dia seguinte estar de novo em modo feriado. Ou seja, para mim, nesta semana existiram 3 segundas-feiras.

O que vale é que o fim-de-semana está já aí à porta!

Coisas que me abalam o espírito

14.06.17

Sou uma pessoa muito prática. Gosto daquilo que é palpável e gosto de andar sempre com os pés bem assentes na terra. Ainda assim, e sem conseguir perceber muito bem porquê, sou um homem de fé e também gosto de descobrir aquilo que há para além da matéria que vemos e sentimos.

Uma das formas que tenho de juntar estes meus dois lados, aparentemente opostos, é visitar locais que me levem a reflectir noutras dimensões do mundo.

Um destes locais, que visitámos neste dia de Sto. António, foi o memorial "Aos Combatentes do Ultramar", que fica perto da Torre de Belém, em Lisboa. O monumento, apesar da sua simplicidade, leva a pensar nos muitos que morreram em combate (supostamente em defesa da nação). Ali, muitos nomes, inscritos em lápides, são eternizados e elevados ao céu pela estrutura que parte do centro do pequeno lago e que converge em direcção às nuvens. Certamente que muitos outros nomes faltarão ali.

Não sendo a primeira vez que por ali passámos, desta vez tivémos oportunidade de visitar a pequena capela que está inserida no monumento. A partir da capela, passando por um pequeno corredor que nos afasta do mundo, chega-se a uma sala, onde no centro se encontra o túmulo do soldado desconhecido e onde uma gravação vai dizendo, ininterruptamente, os nomes inscritos nas lápides do monumento.

Não tive nenhum familiar que tivesse falecido em combate, mas a morte é um assunto com o qual estou pouco à vontade. Por isso, esta visita é daquelas que me fazem reflectir.

Mas chegados à rua novamente, depressa deixo este meu modo introspectivo.

Ali, no pequeno lago que compõe o monumento e que simboliza a distância a que estavam aqueles combatentes, um grande grupo de miúdos tomava banho. As famílias ali estavam, acampadas na relva, observando os miúdos. Alguns secavam ao sol, estendidos nas toalhas.

E aquele local, normalmente silencioso pela força do seu significado, que deveria ser uma homenagem aos milhares que partiram, estava transformado numa piscina pública.

Haveria alguma coisa que se podia fazer? Se calhar não, até porque os dois militares que estavam de vigia ao monumento continuavam impávidos e serenos perante o triste espectáculo.

A cena só me fez lembrar quando, lá na "santa terrinha", alguns miúdos tomavam banho no lago que ficava no jardim público. Para quê irem para as piscinas como toda a gente, se ali podiam tomar banho de forma gratuita?

A coincidência entre as duas cenas, separadas por 200 km? É que os miúdos eram da mesma etnia, por isso me lembrei disto. Mas como não quero generalizar, fico-me por aqui com este pormenor.

Mas que isto me abalou o espírito, pois abalou.

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