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Rooibos

Apenas um blog pessoal... mais um...

Procura-se silêncio

20.12.17

Há muito tempo que não sei o que é o silêncio.

Tenhos 2 filhos pequenos, pelo que animação é coisa que nunca falta em casa. Se há silêncio em casa, é sinal que alguém está doente. A este respeito, recordo-me da vez em que o mais velho ficou completamente afónico em resultado de uma lariginte (na altura ainda era filho único). Nesses dias havia um estranho silêncio em casa.

Portanto, ainda bem que há animação em casa. A juntar aos filhos, tenho ainda uma mulher que gosta de ouvir música bem alta. A completar, a televisão está sempre ligada, quer esteja alguém a olhar para ela ou não.

Mesmo à noite, o silêncio dura pouco. Ultimamente o mais novo acorda a chorar, como se estivesse irritado. Faz isto várias vezes durante a noite.

No trabalho, o silêncio é raro. Trabalho num open space, onde há sempre conversa e, por vezes, umas discussões mais acesas.

Nesta época em particular, silêncio é coisa que não há. Ontem fui ao supermercado comprar iogurtes, fruta e pouco mais. Já esperava encontrar muita gente no centro comercial, mas não no supermercado. Muito gente, muitas filas, muito burburinho...

Esta semana fiquei sem bateria no carro. Desde aí, para tentar recarregá-la nos curtos trajectos que faço diariamente, optei por andar com o rádio desligado, que é algo que não era habitual fazer.

E descobri que, embora não seja total, este silêncio me faz falta!

Vou ouvir mesmo o quê?

15.12.17

Há algum tempo que não ouvia música no trabalho, mas hoje achei que precisava.

Por isso, liguei os auscultadores e abri "aquele site de vídeos que toda a gente sabe". Depois, parei-me a observar as sugestões que ele tinha para me dar: Panda e os Caricas, Xana Toc Toc, as canções da Maria, o mundo da Sara, Sónia Araújo... Também havia episódios da Masha e o Urso.

Ok, não me serviam as sugestões, pelo que resolvi pesquisar qualquer coisa. Preparei-me para escrever, mas deu-me um branca. Bloqueei. Dei voltas à cabeça e não me saía nada para escrever, nem música, nem cantor, nem banda, nada...

Decidi não ouvir música. Fechei o site e desliguei os auscultadores.

Queixar-me?

06.12.17

Passei por um prédio que vai ser pintado no exterior. Tem andaimes montados e estava um senhor com uma máquina de alta pressão a lavar as paredes.

Tive que passar mesmo por baixo dos andaimes, porque era o acesso a um local onde precisava ir. Quando passei, apanhei uns pingos de água e não me preocupei. Quanto voltei, apanhei com a chuva da lavagem e com tinta velha que saltava das paredes.

Quando olhei para mim, estava todo salpicado de tinta seca branca. Sacudi a roupa e o cabelo e resolvi a situação. Mas olhei e reparei que só havia protecção numa pequena parte dos andaimes.

Fiquei a remoer naquilo. Noutros tempos tinha barafustado e tinha feito queixa a uma entidade qualquer competente. Ou tinha contactado a empresa a queixar-me.

Mas calei-me. Fiquei a pensar que ainda arranjava alguma multa ao condomínio ou à empresa de pintura. E bem sei, pela experiência do meu prédio, que não é fácil um condomínio ter dinheiro para as obras. Nem será fácil a estas empresas manterem-se a funcionar.

Também pensei que alguém me poderia depois reconhecer (porque passo ali frequentemente) e poderiam riscar-me o carro ou furar-lhe os pneus.

E não disse nada. Mas continuo a remoer no incorrecto que foi este meu silêncio.

Quem dá as prendas de Natal?

05.12.17

Nunca me fez sentido contar a uma criança a história do Pai Natal. Sendo uma fantasia, isso acaba por levar uma desilusão, certo? Imagino que sim, pois nunca passei pela experiência quando era criança (também a mim nunca ninguém me contou esta história).

Além disso, dada a perspicácia do meu filho mais velho (o mais novo ainda não tem entendimento para isto), iria ser difícil explicar-lhe como é que a personagem desce pela chaminé. Na casa onde passamos o Natal até existe uma, mas, depois de a descer, fazia o quê? Batia no vidro do recuperador de calor para lhe abrirmos a porta?

Ainda assim, sempre é melhor do que se fosse na nossa casa, onde as chaminés que existem vão dar ao exaustor do fogão, ao esquentador ou ao ventilador da casa-de-banho.

Quanto a dizer que era o Menino Jesus que entregava as prendas, seguindo uma tradição ainda mais antiga, também está fora de questão. Somos uma família crente, portanto Jesus tem um outro papel, nada de confundir os assuntos.

E, desta forma, achei que a questão estava clara como água. Pelo menos para mim.

Um dia destes, o assunto surgiu em conversa entre a minha mulher e a minha sogra. A minha sogra insistia para que disséssemos que era o Pai Natal que trazia as prendas. A minha mulher dizia que não, que era preferível dizer que era o Menino Jesus.

Não me meti na conversa, porque entre mulher e sogra não se deve "meter a colher". Mas, numa tentativa de achar um ponto de equilíbrio, no final disse à minha mulher: "Cá para mim pode-se dizer que as prendas da avó são do Pai Natal. As nossas são nossas".