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Rooibos

Apenas um blog pessoal... mais um...

Pensamentos soltos #2

12.06.17

Porque pensamos tanto nos números?

Queixamo-nos de que nos tratam como números. Temos um número de cidadão, um número de contribuinte, um número de eleitor (que desaparaceu dos cartões, mas continua a existir), um número de aluno, um número de empregado, um número de cliente...

As grandes empresas publicitam que conhecem bem os seus clientes, que os conhecem até pelo nome. Mas depois eu recebo do meu banco propostas para comprar jóias e televisões que custam mais que aquilo que ganho num mês de trabalho. Não, obrigado, não faço despesas disparatadas dessas, muito menos a prestações. E já agora, não vai um depósito com um mínimo de 50 mil euros? Também não, obrigado, olhem para a minhas contas e percebem que não tenho esse montante para pôr num depósito.

É impossível não sermos um número quando somos olhados por uma entidade grande (seja Estado, escola, empresa, etc...). Bom é lá na "santa terrinha", quando as senhoras vão à loja da esquina e perguntam: "Ó S., preciso de uma camisa para o meu marido, que tamanho é que ele veste?". E a S. responde de imediato: "Para o seu marido tem que ser o M".

Mas não somos só estes números, todos juntos somamos outros números. Interessa às escolas as notas finais, por causa dos rankings. Interessa às empresas o número de clientes, os lucros que estes dão e só se fazem despesas se estas trouxerem um ganho directo. Já lá vai o tempo em que se pensava que um cliente satisfeito traz sempre ganhos, mesmo que não sejam imediatos.

Mas afinal, também eu só penso em números. Dei por mim a pensar nisto quando, após uma semana a esforçar-me para escrever diariamente aqui no blog, não vi um aumento dos números nas estatísticas.

E lembrei-me de outros tempos, quando eu tinha as minhas actividades lá na paróquia da "santa terrinha". Sempre que organizávamos algum acontecimento, prevíamos ter 10 ou 15 jovens. Depois apareciam só 4 e nós dizíamo-lhes: "Com tão poucos não dá para fazer o que tínhamos previsto". Que visão tão errada nós tínhamos. Afinal, aqueles 4 tinham aparecido e, em vez de serem beneficiados por isso, acabavam por pagar pela ausência de outros.

Como se costuma dizer, poucos, mas bons. Obrigado aos "bons" que por aqui continuam a aparecer e a comentar. Vou continuar a esforçar-me por escrever regularmente.

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